domingo, 10 de maio de 2020

Dicas de livros: 4 livros que você precisa lê esse ano

O ano é 2020 e o mundo moderno, como o conhecemos nunca passou por tanta transformação. Por outro lado, temos o tempo necessário para nos aprofundarmos em uma boa leitura certo?!



Então aqui estão 4 dicas lindas de livros lançados nesse ano que você precisa lê!

“Caminhais em direção da solidão. Eu não, eu tenho os livros.” - MARGUERITE DURAS 


Ensaio sobre a lucidez 

Ano: 2020
Páginas: 328

Numa manhã de votação que parecia como todas as outras, na capital de um país imaginário, os funcionários de uma das seções eleitorais se deparam com uma situação insólita, que mais tarde, durante as apurações, se confirmaria de maneira espantosa. 
Aquele não seria um pleito como tantos outros, com a tradicional divisão dos votos entre os partidos "da direita", "do centro" e "da esquerda"; o que se verifica é uma opção radical pelo voto em branco. Usando o símbolo máximo da democracia - o voto -, os eleitores parecem questionar profundamente o sistema de sucessão governamental em seu país. 
É desse "corte de energia cívica" que fala Ensaio sobre a lucidez(2004). Não apenas no título José Saramago remete ao seuEnsaio sobre a cegueira (1995): também na trama ele retoma personagens e situações, revisitando algumas das questões éticas e políticas abordadas naquele romance. 
Ao narrar as providências de governo, polícia e imprensa para entender as razões da "epidemia branca" - ações estas que levam rapidamente a um devaneio autoritário -, o autor faz uma alegoria da fragilidade dos rituais democráticos, do sistema político e das instituições que nos governam. 
O que se propõe não é a substituição da democracia por um sistema alternativo, mas o seu permanente questionamento. É pela via da ficção que José Saramago entrevê uma saída para esse impasse - pois é a potência simbólica da literatura (território em que reflexão, humor, arte e política se entrosam) que se revela capaz de vencer a mediocridade, a ignorância e o medo.


O que ela susurra
Ano: 2020
Página: 192


Neste romance envolvente e poético, Noemi Jaffe conta, com suas próprias palavras e invenções, a vida de Nadejda Mandelstam. Vivendo sob a opressão stalinista, Nadejda se casa com o poeta Óssip, que falecerá em um gulag na Sibéria como inimigo do regime. Contudo, para que os poemas que levaram o marido à desgraça não desapareçam, Nadejda os memoriza e os sussurra sempre. Serão essas versões que chegarão à contemporaneidade.
Baseando-se nessa história real, Noemi Jaffe constrói um romance único sobre o poder do amor, as agruras da repressão e, sobretudo, sobre o desejo feminino e seu constante apagamento.
“Noemi Jaffe é uma arqueóloga de palavras.” ― Época
“Quero que Sonia, Vassilisa e Lizotchka aprendam a passar as horas murmurando coisas de que elas gostem, que treinem a memória para se expressar em voz baixa, como se pelo sussurro todas as mulheres da Rússia se comunicassem numa sintonia desconhecida, nós então formaríamos uma rede clandestina de sussurros, que não salvariam nada, a não ser um pouco a nós mesmas, mas que deteriam o tempo e se enovelariam, fazendo com que ele passasse menos ou mais devagar pelos lugares onde nós falamos.”



Corpos Secos (Nacional)
Ano: 2020
Página: 192


Primeiro, o uso de novos agrotóxicos sem os devidos testes. Depois, a reação inesperada com as larvas que eles deveriam dizimar. Não se sabe quem foi o primeiro infectado, apenas que o surto começou no Mato Grosso do Sul. São os chamados corpos secos: espectros humanos que não possuem mais atividade cerebral. Mas seus corpos ainda funcionam e anseiam por sangue. 
Seis meses depois, há poucos sobreviventes. Um jovem aparentemente imune à doença está sendo estudado por uma equipe médica e precisa ser protegido a qualquer custo; uma dona de casa vive em uma fazenda no interior do Brasil e se encontra sozinha precisando reagir para sair de seu isolamento; uma criança vê a mãe tentar de tudo para salvar a família e fugir do contágio; uma engenheira de alimentos percebe que seus conhecimentos técnicos talvez não sejam suficientes para explicar o terror que assola o país. Juntos, eles vão narrar suas jornadas, em busca do último refúgio ao sul do país. Escrito em conjunto por quatro autores, Corpos secos não é só um thriller, nem um romance-catástrofe. É uma narrativa sobre os limites da maldade humana, e as chances de redenção em meio ao caos.


As coisas humanas
Ano: 2020
Página: 320


Lya Luft é generosa: em tempos de literatura ensimesmada, a escritora – criadora radical – mais uma vez convida o leitor a ter lugar em sua intimidade. Trata-se de uma artista que encara a vida – que enfrenta a dor maior da vida – com a costura das palavras. Por meio da prosa poética única que caracteriza sua obra, para a qual só há uma classificação, “o gênero Lya Luft”, a autora reflete acerca daquilo que define como As coisas humanas, contemplando o lado belo e o feio da existência, as coisas leves e pesadas, aquilo com que se lida de modo simples e o que é difícil suportar. Lya convoca o leitor e vai desvelando significados: infância e velhice, alegria e terrores, família, solidão e amor, trabalhos e luta, beleza, mistério e morte – tudo o que nos torna seres humanos.


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