Vamos falar sobre feminismo! Mais não aquele papo de ódio que as mulheres feministas estão acostumadas a serem rotuladas. Vamos falar com humor e conteúdo.
Bom...com um currículo desse, podemos esperar muito conteúdo, sendo dos seus incansáveis estudos ou de sua própria experiência. Ngozi começou a palestrar no TED em 2012, onde realizou uma palestra feminista chamada "Sejamos todos feministas". Esse discurso tornou-se um livro com o mesmo nome.
P.S Vocês já ouviram a música Flawless da Beyoncé? Então...trechos da música foram inspiradas no discurso de Ngozi. Olhem só um pedaço da letra:
Ensinamos meninas a se encolherem
Para se tornarem menores Dizemos às meninas Você pode ter ambição Mas não muito Você deve procurar ter sucesso ,Mas não muito bem sucedido, Caso contrário você ameaçará o homem Porque eu sou mulher Eu devo aspirar ao casamento Eu devo fazer minhas escolhas de vida Sempre tendo em mente que O casamento é o mais importante Agora o casamento pode ser uma fonte de Alegria, amor e apoio mútuo Mas por que ensinamos meninas a aspirar ao casamento E nós não ensinamos a meninos o mesmo? Criamos meninas para nos vermos como concorrentes Não para trabalhos ou realizações Q que eu acho que pode ser uma coisa boa Mas para a atenção dos homens Ensinamos as meninas que elas não podem ser seres sexuais Da maneira que os meninos são
Feminista: a pessoa que acredita no social
Igualdade política e econômica dos sexos
Então agora vou colocar aqui para vocês lerem um pedaço desse discuro que virou livro e que virou referencia para o mundo. Ngozi abriu espaço para a discussão, mais como ela mesma disse: "O melhor exemplo de feminista que conheço é o meu irmão Kene, que também é um jovem legal, bonito e muito másculo. A meu ver, feminista é o homem ou a mulher que diz: Sim, existe um problema de gênero ainda hoje e temos que resolvê- lo, temos que melhorar. Todos nós, mulheres e homens, temos que melhorar".
Aqui está um trecho do discurso de Ngozi.
"Okoloma era um dos meus melhores amigos de infância. Morávamos na mesma rua e ele cuidava de mim como um irmão mais velho: quando eu gostava de um garoto, pedia a opinião dele. Engraçado e inteligente, usava uma bota de caubói de bico pontudo. Em dezembro de 2005, ele morreu num acidente de avião, no sudoeste da Nigéria. Até hoje não sei expressar o que senti. Era uma pessoa com quem eu podia discutir, rir e ter conversas sinceras. E também foi o primeiro a me chamar de feminista. Eu tinha catorze anos.


Depois, uma grande amiga me disse que, se eu era feminista, então devia odiar os homens. Decidi me tornar uma “feminista feliz e africana que não odeia homens, e que gosta de usar batom e salto alto para si mesma, e não para os homens”. É claro que não estou falando sério, só queria ilustrar como a palavra “feminista” tem um peso negativo: a feminista odeia os homens, odeia sutiã, odeia a cultura africana, acha que as mulheres devem mandar nos homens; ela não se pinta, não se depila, está sempre zangada, não tem senso de humor, não usa desodorante.
Quando eu estava no primário, em Nsukka, uma cidade universitária no sudeste da Nigéria, no começo do ano letivo a professora anunciou que iria dar uma prova e quem tirasse a nota mais alta seria o monitor da classe. Ser monitor era muito importante. Ele podia anotar, diariamente, o nome dos colegas baderneiros, o que por si só já era ter um poder enorme; além disso, ele podia circular pela sala empunhando uma vara, patrulhando a turma do fundão. É claro que o monitor não podia usar a vara. Mas era uma ideia empolgante para uma criança de nove anos, como eu. Eu queria muito ser a monitora da minha classe. E tirei a nota mais alta. Mas, para minha surpresa, a professora disse que o monitor seria um menino. Ela havia se esquecido de esclarecer esse ponto, achou que fosse óbvio. Um garoto tirou a segunda nota mais alta. Ele seria o monitor. O mais interessante é que o menino era uma alma bondosa e doce, que não tinha o menor interesse em vigiar a classe com uma vara. Que era exatamente o que eu almejava. Mas eu era menina e ele, menino, e ele foi escolhido.
Nunca me esqueci desse episódio. Se repetimos uma coisa várias vezes, ela se torna normal. Se vemos uma coisa com frequência, ela se torna normal. Se só os meninos são escolhidos como monitores da classe, então em algum momento nós todos vamos achar, mesmo que inconscientemente, que só um menino pode ser o monitor da classe. Se só os homens ocupam cargos de chefia nas empresas, começamos a achar “normal” que esses cargos de chefia só sejam ocupados por homens.
Eu tendo a cometer o erro de achar que uma coisa óbvia para mim também é óbvia para todo mundo. Um dia estava conversando com meu querido amigo Louis, que é um homem brilhante e progressista, e ele me disse: “Não entendo quando você diz que as coisas são diferentes e mais difíceis para as mulheres. Talvez fosse verdade no passado, mas não é mais. Hoje as mulheres têm tudo o que querem.” Oi? Como o Louis não enxergava o que para mim era tão óbvio?

Como na maioria das grandes cidades, é difícil encontrar uma vaga para estacionar à noite, então esses caras se viram como podem. Mesmo quando não há nenhuma vaga disponível, eles manobram o carro e, com gestos largos e teatrais, prometem tomar conta do veículo até você voltar. Impressionada com o empenho do sujeito que descolou uma vaga para nós naquela noite, decidi lhe dar uma gorjeta. Abri a bolsa, peguei o dinheiro e lhe dei. E ele, feliz e grato, pegou o meu dinheiro, olhou para o meu amigo e disse: “Muito obrigado, senhor!”. Surpreso, Louis me perguntou: “Por que ele está me agradecendo? Não fui eu quem deu o dinheiro”. Percebi então, pela expressão de meu amigo, que a ficha tinha caído. Para o flanelinha, qualquer dinheiro que eu pudesse ter certamente provinha de Louis. Porque Louis é homem."
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