terça-feira, 26 de maio de 2020

Os livros de Angela Davis que toda feminista precisa conhecer!

Olá leitores

Tudo bem com vocês?

Hoje vamos conhecer um pouco mais da literatura da ativista Angela Davis. Aqui no blog tem um post sobre a vida de Angela e sua participação dentro do grupo Panteras Negras (Pode lê aqui nesse link).

Angela Davis se tornou conhecida no mundo por sua incansável luta pelos direitos das minorias, elevando as vozes das mulheres negras e principalmente mostrando o sistema falho do sistema prisional dos Estados Unidos. 




Mulheres, raça e classe

Autora: Angela Davis
Ano:2016
Páginas: 248

Mulheres, raça e classe, de Angela Davis, é uma obra fundamental para se entender as nuances das opressões. Começar o livro tratando da escravidão e de seus efeitos, da forma pela qual a mulher negra foi desumanizada, nos dá a dimensão da impossibilidade de se pensar um projeto de nação que desconsidere a centralidade da questão racial, já que as sociedades escravocratas foram fundadas no racismo. Além disso, a autora mostra a necessidade da não hierarquização das opressões, ou seja, o quanto é preciso considerar a intersecção de raça, classe e gênero para possibilitar um novo modelo de sociedade. Davis apresenta o debate sobre o abolicionismo penal como imprescindível para o enfrentamento do racismo institucional. Denuncia o encarceramento em massa da população negra como mecanismo de controle e dominação. Dessa forma, questiona a ideia de que a mera adesão a uma lógica punitivista traria soluções efetivas para o combate à violência, considerando-se que o sujeito negro foi aquele construído como violento e perigoso, inclusive a mulher negra, cada vez mais encarcerada. 


A liberdade é uma luta constante
Autora: Angela Davis
Ano: 2018
Páginas: 144

O novo livro da ativista política Angela Davis reúne uma ampla seleção de seus artigos, discursos e entrevistas recentes realizados em diferentes países entre 2013 e 2015, organizados pelo militante dos direitos humanos Frank Barat. Os textos trazem reflexões sobre como as lutas históricas do movimento negro e do feminismo negro nos Estados Unidos e a luta contra o apartheid na África do Sul se relacionam com os movimentos atuais pelo abolicionismo prisional e com a luta anticolonial na Palestina. Além de sua reconhecida atuação política no combate ao racismo, Davis denuncia também o sexismo, demonstrando de forma muito objetiva a relação entre a violência contra a mulher e a violência do Estado.De acordo com a autora, não há possibilidade de se combater a violência sem desmontar as estruturas do sistema capitalista. Ao afirmar que, 'quando as mulheres negras se movem, toda a estrutura política e social se movimenta na sociedade', Davis sintetiza a importância fundamental do movimento das mulheres negras na desestruturação e desestabilização das rígidas e consolidadas relações desiguais de poder na sociedade, representadas pela dinâmica de violência, supremacia branca, patriarcado, poder do Estado, mercados capitalistas e políticas imperiais.A liberdade é uma luta constante permite ao leitor acompanhar a saga dessa persistente e ousada ativista contra as diversas formas de submissão humana e tem um significado especial neste momento crítico da sociedade brasileira, que vive certo sentimento de desesperança e impotência ao perceber quão distante se está de uma mudança estrutural na política e de transformações efetivas na condição de vida da maioria. 

Mulheres, cultura e política
Autora: Angela Davis
Ano: 2017
Página: 200

Nessa compilação de discursos e artigos, a ativista política Angela Davis - autora de Mulheres, raça e classe, publicado com estrondoso sucesso pela Boitempo em 2016 - apresenta um balanço de sua luta por uma mudança social progressista. Dividida em três eixos temáticos, 'Sobre as mulheres e a busca por igualdade e paz', 'Sobre questões internacionais' e 'Sobre educação e cultura', a obra aborda as mudanças políticas e sociais pelas quais o mundo passou nas últimas décadas em relação à igualdade racial, sexual e econômica.A autora traz dados históricos e estatísticos detalhados sobre as condições das mulheres, da classe trabalhadora e da população negra nos Estados Unidos durante o governo Reagan, mostrando como a política adotada naquela administração operou para enfraquecer esses grupos sociais.  Mostra, ainda, as influências das políticas norte-americanas em países da América Central, da África e do Oriente Médio, destacando o impacto que tiveram para fortalecer um movimento econômico mundial de concentração de renda e enfraquecimento das lutas sociais em vários países do mundo. Ao mesmo tempo, ela faz reflexões importantes sobre a resistência representada pelos movimentos sociais e sobre o potencial de conscientização e contestação da educação e das artes, em especial a pintura, a fotografia e o blues. Por meio dessa reflexão, Davis argumenta que a convergência dos diversos grupos, em diferentes países, em torno de interesses comuns é essencial para a construção de um mundo menos desigual.


A democracia da abolição
Autora: Angela Davis
Ano: 2019
Página: 128

A ativista americana fala de tortura, encarceramento em massa e direitos humanos. Numa série de entrevistas dada logo após o escândalo do presídio de Abu Ghraib, Angela Y. Davis analisa como sistemas históricos de opressão tais quais a escravidão e o linchamento continuam a influenciar e solapar a democracia na atualidade. Davis se fundamenta na tese de W. E. B. Du Bois, segundo a qual, quando os negros se tornaram livres da escravidão nos Estados Unidos, a eles foram negados os direitos plenos de outros cidadãos. Somado a isso, o sistema carcerário norte-americano (que hoje conta com a maior população carcerária do mundo) atua de forma a manter o domínio e o controle sobre populações inteiras. Davis investiga a noção de “democracia da abolição” como a democracia por vir, um conjunto de relações sociais livres da opressão e da injustiça.


Uma autobiografia
Autora: Angela Davis
Ano: 2019
Página: 418

A Boitempo publica pela primeira vez no Brasil Uma autobiografia, de Angela Davis. Lançada originalmente em 1974, a obra é um retrato contundente das lutas sociais nos Estados Unidos durante os anos 1960 e 1970 pelo olhar de uma das maiores ativistas de nosso tempo. Davis, à época com 28 anos, narra a sua trajetória, da infância à carreira como professora universitária, interrompida por aquele que seria considerado um dos mais importantes julgamentos do século XX e que a colocaria, ao mesmo tempo, na condição de ícone dos movimentos negro e feminista e na lista das dez pessoas mais procuradas pelo FBI. A falsidade das acusações contra Davis, sua fuga, a prisão e o apoio que recebeu de pessoas de todo o mundo são comentados em detalhes por essa mulher que marcou a história mundial com sua voz e sua luta.Questionando a banalização da ideia de que 'o pessoal é político', Davis mostra como os eventos que culminaram na sua prisão estavam ligados não apenas a sua ação política individual, mas a toda uma estrutura criada para criminalizar o movimento negro nos Estados Unidos. Além de um exercício de autoconhecimento da autora em seus anos de cárcere, nesta obra encontramos uma profunda reflexão sobre a condição da população negra no sistema prisional estadunidense.






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